Não sei onde colocaram meu estilete vermelho enferrujado,já procurei em todos os cantos.
A morte parece ser uma boa opção. Enquanto a ponta afiada de um compasso perfura a minha pele, eu peço a Deus que faça uma boa ação e me mate. Coloque em meu lugar alguém que já partiu de uma maneira injusta, alguém que mereça estar vivo.
A igreja diz que Deus não gosta de ver o ser humano sofrendo. Minha teoria diz que Ele então pegou todo o sofrimento, psicoses e os sentimentos ruins do mundo e despejou em um só lugar, mais o menos como o filme do Hércules em que os monstros de Hades foram presos debaixo do mar por Zeus.
Talvez devessem me prender também, num daqueles quartos brancos, com camisa de força e tudo mais. Assim pelo menos alguém iria ficar feliz por estar ganhando dinheiro ao cuidar de uma maluca. Maldito seja o capitalismo. Dinheiro imundo que acaba com tudo.
Meu professor disse que temos o anjo e o diabo em nossos ombros. Acho que o anjo que ficava comigo saiu correndo, e o diabo também.
Admirando a frase "não há problemas" grudadas em volta da tela do computador, eu vejo que não há mesmo. Um problema em si não pode ter problemas. Mas eu, o problema, tenho a solução razoável e agradável a todos. Vou conversar com o compasso, e a cada passo, desce uma lágrima.